quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Mutirões e pesquisas para o sistema carcerário

Por Marcos de Vasconcellos

Esta notícia publicada no JB Online me chamou a atenção. É interessante que a pesquisa foi encomendada pelo governo, para descobrir como o sistema tem funcionado. Ou seja: até então o próprio pai desconhecia sua cria?

Podemos dizer então que o Estado desconhece o sistema carcerário a ponto de ser forçado a contratar uma pesquisa para se informar?

Isso foi em março de 2009. Logo, é de se esperar que tudo já tenha andado né? Ledo engano.

Neste domingo saiu uma reportagem com o título "Mutirões libertam 4,8 mil das cadeias". Estamos no final de agosto. Se esta demora existe enquanto os próprios mutirões trabalham, num esquema normal (sem mutirões especiais) como se dá o andamento?

até breve.


No Rio, cinco mil ainda estão na cadeia sem saber por quê

Ana Paula Verly, JB Online

RIO - Cinco mil pessoas presas nas penitenciárias de todo o estado do Rio de Janeiro sem saber por que ainda estão atrás das grades. O número – chocante – está no relatório de pesquisa encomendada pelo próprio governo, por meio do secretário de Administração Penitenciária, Cesar Rubens Monteiro de Carvalho, mostra o quanto tem de ser feito para se corrigir os anos de descaso com que o sistema penitenciário do estado foi tratado.

Para começar a mudar essa realidade, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, acompanhado do presidente do Tribunal de Justiça do estado, Luiz Zveiter, deu sequência ao mutirão em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, que começou na segunda-feira, visitando hoje cedo os presídios Talavera Bruce e Joaquim Ferreira de Souza, no Complexo de Gericinó. Até esta quinta-feira deverão ser libertadas pelo menos 200 detentas graças à iniciativa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

– Nossa atuação é no sentido de proteger as mulheres, especialmente as presidiárias, aquelas que estão recolhidas em condições mais difíceis, como as gestantes, as que acabaram de ter filhos e as que estão em fase de amamentação. E, situação singular, nos sensibilizam – disse o ministro, depois de conhecer a maternidade do presídio, onde cumprimentou uma angolana com o recém-nascido no colo.

Volta à terra natal

Condenada a cinco anos e oito meses por tráfico de drogas, Julia Fernanda Pedro, 25 anos, pretende voltar para Luanda quando for solta, para criar o filho, que ao completar seis meses irá para um abrigo.

– Filho é parte da gente. É um destino difícil. Não consigo aceitar isso não – diz Julia.

Acompanhado por Zveiter, Carvalho e o desembargador Siro Darlan, Gilmar Mendes disse, ao fim da visita às instalações do presídio, que a realidade das detentas não era conhecida pelos próprios representantes do Judiciário.

– Graças ao mutirão, estamos diante dessa realidade, para realizar as transformações necessárias – comentou.

21:07 - 11/03/2009

Nenhum comentário: